Segundo o diretor-presidente do PTSBrasil, Lutero Couto, um neuro equivalerá a R$ 3. Inclusive, foi criado até um banco que será o responsável pela emissão do neuro, trata-se do NeuroBanco. Sua aplicação na vida real será feita por meio de um cartão com chip. Os cooperados trocarão a produção pelo equivalente em neuros. Por exemplo, na hora de vender o material reciclável recolhido na rua, o catador receberá neuro no lugar de reais.
O valor equivalente ao que ele produziu no dia será creditado em seu cartão eletrônico e ele poderá trocar por produtos e serviços em qualquer estabelecimento comercial que integre o sistema. Esses estabelecimentos, normalmente, estarão dentro da própria comunidade onde o cooperado vive e trabalha. “Os comerciantes, por sua vez, poderão trocar os neuros recebidos por reais numa espécie de casa de câmbio ou usá-los em outros comércios credenciados”, explica Couto.
Em outras palavras, o neuro terá funcionamento semelhante ao do sistema monetário tradicional. Só que as pessoas envolvidas conviverão diretamente com sua dinâmica e, diferentemente da lógica global, o neuro terá como lastro a própria produção do indivíduo. Segundo Lutero, o sistema monetário já está concebido, conta com sete cédulas de valores diferentes e, inclusive, será acompanhado pelo Banco Central do Brasil.
Uma das localidades onde a experiência começará a ser aplicada, em breve, é a comunidade da Vila Pantanal, uma área de invasão localizada em Curitiba e que já conta com outros projetos do PTSBrasil, como a criação de uma cooperativa de reciclagem, cuja formação está em andamento.
Parceiro da Unisol Brasil, o PTSBrasil é um centro multidisciplinar de aglutinação, qualificação e difusão de práticas de transformação que conduzam ao desenvolvimento sustentável e justiça social. Seu objetivo é elaborar, orientar e apoiar ações estruturadas de grupos, entidades, empresas, governo, legislativo, judiciário e organismos Internacionais.