O Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre no ano de 2005, fez nascer um novo mundo possível, mais justo e solidário. Desde o primeiro Fórum em 2001 a capital já não era mais a mesma. O planeta estava reunido para pensar como manter uma vida digna para todos.
Foram 155 mil participantes representando 135 países e 2.580 trabalhadores da Economia Popular e Solidária. O cenário não poderia ser mais propício para nascer uma rede solidária de algodão orgânico, a Central de Cooperativas Justa Trama. Em 3 de outubro de 2005, nascemos.
Imagens de membros da diretoria, conselho fiscal e empreendimentos parceiros reunidos por ocasião da assembléia geral ordinária da Justa Trama, ocorrida em janeiro de 2015. Crédito: Justa Trama
Solidariedade – justa distribuição de renda; melhoria nas condições de vida dos participantes; compromisso com o meio ambiente; desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Autogestão – propicia a participação de cada sócio fazendo com que este seja responsável por igual na tomada de decisões.
Cooperação – mobilização conjunta dos atores com foco na busca de alcançar um bem comum de forma equilibrada e participativa;
Dimensão econômica – geração de trabalho e renda aos trabalhadores para que estes tenham condições dignas de sobrevivência oriundas do seu próprio trabalho advinda da construção coletiva.
Alguns dos produtos da Justa Trama. Para ver mais informações sobre os produtos acesse o site abaixo, no texto. Crédito: Justa Trama.
A Justa Trama nasceu do sonho do grupo em ter um produto próprio, que do começo ao fim, fosse desenvolvido por uma rede de pessoas em sistema cooperativo e solidário. Era preciso cuidar das trabalhadoras e do meio ambiente, tendo controle da cadeia produtiva do algodão agroecológico. Para tanto, a Cadeia Produtiva do Algodão Agroecológico percorre o pais e chega até Porto Alegre para virar Moda Sustentável.
O algodão é plantado no Ceará, a fiação e o tecido vêm de Minas, da Amazônia chegam os botões e acessórios, feitos com sementes e a confecção é criada no Rio Grande do Sul. Para agregar ainda mais valor aos produtos o grupo PAS, de SC, produz peças de tricô em algodão orgânico e o Grupo Inovarte, de Porto Alegre, produz brinquedos pedagógicos feitos de sobras de tecido. Outro grupo da rede é a Cooperativa Fênix, de Caraá, no RS, que produz calçados.
Os desafios são enormes! O trabalho coletivo e as decisões democráticas são um aprendizado político importante. Conviver, compartilhar, decidir e ser dono do seu destino. Mais que produzir, os grupos são gestores do seu saber e do seu fazer.
Em uma década, a Justa Trama conseguiu se manter no mercado sem abrir mãos de nenhum princípio ético, espinha dorsal da marca e das cooperadas. A capacitação constante dos grupos os faz pensar de forma solidária, pois ninguém está inume as contradições do sistema.
A formação torna-se um espaço de fala, luta e escuta, onde a missão da Justa Trama se concretiza: articular e integrar os empreendimentos da cadeia produtiva da fibra ecológica através do plantio, transformação, produção e comercialização, promovendo a economia solidária, a sustentabilidade, a agroecologia, o comércio justo, consumo consciente, a preservação do meio ambiente e a distribuição justa de renda para seus associados e a sociedade em geral.
Ao comprar uma roupa de algodão orgânico da Justa Trama você está levando junto as mãos de mais de 600 trabalhadores e trabalhadoras, de cinco regiões do país. Gente lutadora e orgulhosa de fazer parte de um projeto de vida tão grandioso. Graças ao trabalho cooperativo e solidário, todos podem ter uma vida digna e feliz. Sem opressão, sem exploração, mas com muita luta e aprendizado.
Nestes 10 anos a Justa Trama prova que é possível mudar as lógicas do sistema, produzindo produto de alta qualidade, acessível e que gera renda para as comunidades.
Justa Trama: roupa para vestir sua consciência!
Fonte: Justa Trama