A história era a mesma: o apicultor produzia o mel e depois vendia a preços insignificantes para atravessadores. Quem ficava com os lucros eram os atravessadores. Outro fator desfavorável era a forma artesanal que os apicultores colhiam o mel.
Essa história mudou com a atuação de entidades, como a Fundação Banco do Brasil, Banco do Brasil, SEBRAE, UNISOL Brasil, USAID Brasil, Rede Unitrabalho, Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidário da UFPI, Governo Estadual e ICCO da Holanda.
A idéia era criar uma central de processamento e comercialização do mel e derivados. Em 2005 o projeto começou a ser trabalhado e ganhou adesão dos parceiros. Com investimentos de mais de R$ 7 milhões, a Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro – CASA APIS, é uma realidade e beneficia 1,6 mil famílias de 34 municípios piauienses e cearenses. A capacidade de processamento é de 2.000 toneladas anualmente. Além de agregar mais valor ao mel, há a expansão do mercado e abertura para a exportação do produto.
No dia 18 de setembro ocorreu a solenidade de inauguração da central com a presença dos parceiros e apicultores. Participaram do evento: O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jaques Pena, presidente do Banco do Brasil, Lima Neto, governador do Piauí, Wellington Dias, presidente do SEBRAE/PI, Ulisses Morais, representante da Unitrabalho, Jeter Gomes e assessor técnico da UNISOL Brasil, Alexandre Antonio da Silva.
Em seus discursos, as autoridades ressaltaram a importância do empreendimento para a região. De acordo com o diretor da CASA APIS, Antonio Leopoldino Dantas, a central habilita o mel piauiense a conquistar o mundo. “O que nós estamos fazendo aqui é um processo de transformação e libertação. O objetivo é agregar valor através da transformação, valorizando e dando qualidade ao nosso mel”, ressaltou.
Para o assessor técnico da UNISOL Brasil, Alexandre Antonio, o cooperativismo é o caminho certo para o desenvolvimento. “É importante que os apicultores acreditem no potencial da atividade e na cooperação, porque nós parceiros acreditamos”, declarou.
Antônio Carlos é apicultor há 23 anos e vê na CASA APIS maior valorização de sua atividade. “Estamos vendo a CASA APIS pagar, de início, R$ 57,00 pelo balde de mel e, quando começar a envazar nas bisnagas, os sachês para serem vendidos no varejo, faço um cálculo de que o valor poderá chegar a R$ 80,00”.
Melhores produtos, preços justos e mais qualidade de vida. Esses são os elementos que os apicultores sonhavam para escreverem nos enredos de suas histórias.
Graciele Barroso
Assessora de Imprensa da ITES/UFPI – Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Universidade Federal do Piauí