O cenário que acolhe o 26º Grito dos Excluídos e Excluídas é verdadeiramente dramático.  Não só porque eclodiu a pandemia do coronavírus, mas porque esta calamidade natural vem se juntar a outras, talvez menos notórias e mais sutis, que atacam e destroem a vida, além de derrubar todo e qualquer princípio humano de convivência social que destroem e aniquilam saberes, crenças, tradições milenárias, gerando o caos e alimentando-se das falsas notícias disseminadas nas modernas e sofisticadas redes da comunicação pós-moderna.  Falsas notícias vendidas a peso de ouro como verdades de um “messianismo” ao alcance de poucos, classificados como “pessoas do bem”.

Todos os anos o Grito dos Excluídos tem um programa e um tema que perpassa a sua história de mais de duas décadas de caminhada:  «A vida em primeiro lugar».  A  ameaça  contra  a  vida  é  constante  em  suas diversas formas, entre elas, as mais evidentes: a da violência do Estado e de suas instituições com  os  altíssimos  índices  de  assassinato  de  jovens  negros,  pobres,  periféricos,  favelados;  a  violação  dos  direitos  básicos  como:  água,  moradia,  saúde  e  educação  de  qualidade,  lazer,  cultura,  trabalho,  transporte.  O que fomenta o crescimento de uma economia elitista e exclusivista, que produz uma minoria dos «ricos cada vez mais ricos» e a crescente miséria, inchando as periferias e jogando uma multidão de seres humanos no olho da rua, com consequências sociais dramáticas e assustadoras.

– HISTÓRIA

A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo tema era Brasil, alternativas e protagonistas, inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: A fraternidade e os excluídos.

Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito dos/as Excluídos/as estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência. O primeiro Grito dos Excluídos/as foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema A vida em primeiro lugar, e ecoou em 170 localidades.

A partir de 1996, o Grito foi assumido pela CNBB que o aprovou em sua Assembleia Geral, como parte do PRNM (Projeto Rumo ao Novo Milênio – doc. 56 nº 129). A cada ano, se efetiva como uma imensa construção coletiva, antes, durante e após o Sete de Setembro.

Mais do que uma articulação, o Grito é um processo, é uma manifestação popular carregada de simbolismo, que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. Ele brota do chão, é ecumênico e vivido na prática das lutas populares por direitos.

A proposta não só questiona os padrões de independência do povo brasileiro, mas ajuda na reflexão para um Brasil que se quer cada vez melhor e mais justo para todos os cidadãos e cidadãs. Assim, é um espaço aberto para denúncias sobre as mais variadas formas de exclusão.

– A UNISOL NO GRITO DOS EXCLUÍDOS

A Unisol tem em sua base a construção de um novo mundo que é possível com uma nova economia que distribua suas riquezas para toda a sociedade, oferecendo novas oportunidade, até como forma de ascensão a aqueles sempre inviabilizados ou inalcançáveis pelas políticas públicas. Em meio a todo esse cenário político, econômico e sanitário que assola o mundo, é preciso pensar e repensar nossas formas de vidas e de sociabilidade.

A Secretária de Políticas Afirmativas da Unisol Brasil, Magda de Almeida, em conversa nos afirmou o seguinte: “O Grito dos excluídos é sem dúvida um momento oportuno para trazer a tona a voz dos diversos grupos que, por décadas, tem sido furtado dos seus direitos. E neste contexto atual de pandemia fica mais evidenciada a crise política e econômica que já vinha em andamento de desconstrução das políticas públicas e, sobretudo, que vinham acelerando o grande aumento das desigualdades sociais. Assim, convidamos todos os movimentos sociais a se agregarem conosco no próximo dia 07 de setembro, que vem norteado esse ano com o tema “Todas as lutas dos excluídos num só grito!”, numa manifestação virtual e ressaltarmos juntos que não vamos retroceder frente a luta.

Acompanhe a Manifestação Virtual nessa segunda-feira (7/09) a partir das 11h no Facebook e Youtube do Fórum Popular da Natureza. Confira a programação abaixo.

– PROGRAMAÇÃO DO GRITO OS EXCLUÍDOS

  • 15h às 15h10: Saudação Inter religiosa:

– Pastor Joel

– Dom Sérgio

– Pastora Sônia

– Kahu Pataxó (Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia)

– Mãe Jaciara

  • 15h10 às 15h20: Intervenção Cultural – Nane Peruana
  • 15h20 às 15h30: Formação Temática do Grito – Cátia Cardoso
  • 15h30 às 15h40: A Voz dos (as) Excluídos (as) – 5 organizações
  • 15h40 às 15h50: Intervenção Cultural – Dança Cigana
  • 15h50 às 16h: Análise sobre Conjuntura – Hildete Emmanuelle
  • 16h20 às 16h30: Intervenção Cultural – França Mahin
  • 16h30 às 16h40: A Voz dos (as) Excluídos (as) – 5 organizações
  • 16h40 às 17h: Intervenção Musical – Zambelê

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