Simone Gueresi, diretora do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Nead/MDA)

Que causas levam os jovens a deixar o campo? Quais são as principais demandas da juventude rural brasileira e como as políticas públicas procuram atendê-las? Para responder a estas e outras questões, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Nead/MDA) promoveram, nesta quarta-feira (8), em Brasília (DF), o 13º Momento de Intercâmbio. O evento debateu o estudo do MDA: Juventude rural, políticas e programas de acesso à terra no Brasil, finalizado em 2013.
“Discutir políticas e programas para a juventude rural envolve muito mais que o acesso à terra, e passa pela forma de viver no campo, considerando elementos como lazer, inovação na produção, acesso à tecnologia, cultura e educação”, destacou Simone Gueresi, diretora do Nead.
Para Rafaela Rodrigues, assessora de Juventude do MDA, a articulação de órgãos do governo e não governamentais é fundamental, para aprimorar as políticas e garantir a permanência dos jovens no campo. “A autonomia e emancipação da juventude rural dependem da construção dos jovens como sujeitos políticos e sociais, por isso o MDA se preocupa em criar e ampliar políticas públicas que entendam suas demandas”, argumentou.
Rafaela citou, como ações importantes do MDA, as políticas do Plano Safra 2014/2015 que apresenta um olhar específico voltado à juventude rural, possibilitando o aumento do número de transações do Pronaf Jovem – crédito específico da juventude rural.
Sair ou ficar?
A análise de políticas públicas de acesso à terra em vigor; a avaliação de gestores e representantes de juventudes rurais sobre as demandas dos jovens; e uma pesquisa de campo realizada no Paraná e em Pernambuco, foram os principais elementos da pesquisa apresentada, que entrevistou beneficiários e não-beneficiários das políticas públicas.
No levantamento feito pelo estudo, os motivos que aparecem para o jovem deixar o campo são acesso à educação e formação profissional e dificuldades no processo de sucessão e herança da terra. No entanto, a maioria dos jovens entrevistados gostaria de permanecer no meio rural.  “Os jovens que expressaram vontade de permanecer no campo citaram o custo de vida mais baixo e a própria satisfação com o estilo de vida e valores do meio rural como importantes no momento da decisão”, explicou Suzana Valle Lima, coordenadora da pesquisa, que também teve como autores Antônio Maria Gomes de Castro, Eduardo Paulo de Moraes Sarmento e Luis Fernando Vieira.
“O que se tornou mais claro com o trabalho é que há muitas diferenças entre as regiões estudadas, bem como as razões apontadas para ficar ou sair do campo. O grande desafio é possibilitar que a juventude rural tenha informação sobre as políticas públicas voltadas a ela e a seu meio”, afirmou Suzana.
A pesquisa resultou em duas publicações, uma que contém o estudo completo e uma cartilha em linguagem direcionada à juventude rural. Ambas estarão disponíveis para download gratuito no portal Nead, após o término do período eleitoral.
Fonte: Site do MDA.

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