A festividade mostrou apresentações culturais de cururu, siriri, dança afro, feira quilombola com exposição de artesanato regional e subprodutos da banana como a farinha de banana verde, licor, bala, doce e rapadura de banana.
O evento contou com a participação de Geraldo Donizeti Lúcio e Naja Varley, coordenadores, consultores técnicos e representantes do Projeto REDE-MT e da UNISOL Brasil e de Luciano Borges, do PRONATUR.
Lúcio e Borges aproveitaram a oportunidade para apresentarem para comunidade o projeto REDE – MT, que será implementado com ações de apoio às Redes de Cooperação Solidária nos processos de gestão, planejamento e controle social. Assim, busca ampliar e qualificar a estratégia de desenvolvimento territorial com foco na dinâmica do Programa Brasil Sem Miséria, do Governo Federal.
A REDE será uma estratégia de cooperação solidária, agrupando no primeiro momento seis empreendimentos econômicos solidários (EESs) com identidade comum. “O caráter da identidade é territorial, com foco nas cadeias produtivas existentes e ou potenciais, nas política públicas e na cultura e segmentos econômicos. Os EESs que irão compor a REDE devem apresentar potencial de complementaridade econômica de forma mais direta e devem ser capazes de proporcionar ganhos práticos, além de contribuir para atingir a sua sustentabilidade econômica”, explica Geraldo Lúcio.
“O maior objetivo da festa é de valorizar e fortalecer a cultura afrodescendente, mantendo a identidade do povo quilombola. Com o grande fluxo de pessoas, esta cultura aquece a economia local e está no planejamento do turismo interno do Estado matogrossense. Na ocasião, foi servido um almoço gratuito para os quase 2 mil participantes do evento, que seguiu a tradição dos anos anteriores: carne seca com banana verde, farofa de banana e arroz branco”, ressaltou Maria Renata de Jesus, presidente da Associação. “A comunidade pertence ao município de Nossa Senhora do Livramento, onde os moradores são conhecidos como os ‘papas bananas’ e essa cultura está se perdendo. Assim, esta foi uma forma dos moradores do quilombo poderem conscientizar as pessoas a continuar cultivando as bananas, visto que podem fazer diversos pratos com ela”, ressaltou Laura Ferreira da Silva, uma das representantes da Associação e organizadora da festa.
Este povoado quilombola possui cerca de 120 famílias e faz parte do território de Mata Cavalo, que é um complexo composto por seis comunidades: Mutuca; Mata Cavalo de Baixo; Mata Cavalo de Cima; Aguaçú; Capim Verde e Ponte da Estiva. O Governo do Estado de Mato Grosso, por meio das Secretarias de Cultura e de Turismo, tem um Projeto de Economia Solidária na qual o Complexo Quilombola Mata Cavalo será contemplado. Esta ação é parte do APL de Turismo Cultural do Estado.
“Vale ressaltar que a Comunidade Mutuca já recebeu uma formatação de um Projeto de Produção Associada só Turismo, pela ACG, SEBRAE, SEDTUR, Prefeitura, com recursos do Mtur. A comunidade também fez parte do Projeto da UNISOL Brasil, denominado Bases de Serviços da Baixada Cuiabana” ressalta Geraldo Lúcio.
Os remanescentes de quilombos também são beneficiários do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER), supervisionado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em Mato Grosso, o órgão público oficial que presta atendimento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) é a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
“Na sua sétima edição, a Festa da Banana já faz parte do calendário turístico e cultural da comunidade, do município e do Estado, visto que já é uma tradição e visa manter as raízes e identidade dos QUILOMBOLAS”, finaliza Lúcio.
Fonte: Geraldo Donizeti Lucio – Economista, Especialista em Turismo Rural representante da UNISOL Brasil, Consultor do PRONATUR e Agente Técnico da EMPAER a disposição da SEDEC – Turismo. Crédito das imagens: Geraldo Lucio. Foto do destaque: assessoria de imprensa Empaer (MT).