Confira manifesto divulgado durante ato na manhã desta quinta-feira (15/1) em São Paulo

Um ato organizado por diversas entidades e com apoio da Unisol tomou o Vale do Anhangabaú, em frente à Prefeitura de São Paulo, nesta quinta-feira (15/1). O objetivo é dar assistência e visibilidade às pessoas em situação de rua na cidade, especialmente neste momento de pandemia de covid-19. O presidente da Unisol, Léo Pinho, esteve no ato representando a entidade.

Foram distribuídas marmitas para a população de rua no local, com o acréscimo de 1 tonelada de frutas (bananas) produzidas pela CooperCentral, empreendimento do Vale do Ribeira filiado à Unisol.

Segue abaixo a íntegra do manifesto divulgado em favor da população de rua.

Entre a vida e a morte, combater a fome é mais forte!

Pela garantia da vida das pessoas em situação de rua, ambulantes, desempregados e grupos vulneráveis!
Estamos vivendo um momento difícil, perigoso e de muita dor. Mais de 200 mil pessoas já morreram no país por conta da Covid-19 e milhares seguem morrendo todos os dias, em uma verdadeira situação de calamidade pública. Em São Paulo, a mais rica cidade do país, mais de 50 mil pessoas têm que enfrentar essa crise em situação de rua. E o quadro segue piorando!
As pessoas estão morrendo em decorrência da Covid-19, mas, principalmente, por conta da falta de políticas públicas decentes e cuidadosas!
Por essa razão, hoje, dia 14 de janeiro de 2021, nós, pessoas em situação de rua, desempregados, ambulantes e pessoas que perderam suas moradias na pandemia, nos reunimos aqui na frente à Prefeitura de São Paulo para denunciar a negligência por parte da Prefeitura e do Estado que beira ao genocídio.
A alimentação é um direito básico previsto na Constituição Federal. Entretanto, nem sequer isso o poder público nos tem garantido. Por isso, nós realizamos esse almoço aqui: para alimentar os que têm fome, dar água aos que têm sede e para distribuir bananas, que é tudo o que recebemos da Prefeitura todos os dias!
É visível, por todos os cantos da cidade, o aumento do número de pessoas em situação desumana, o que muitas vezes comove a população. Por outro lado, sem conhecimento, alguns chegam a defender a expulsão dessas pessoas: “qualquer comida serve”, “gostam de ficar na rua”, “internação compulsória”, “retirem os pertences dessas pessoas” são coisas defendidas por algumas pessoas. São preconceitos! E só têm desumanizado a nossa sociedade.
A verdade é que todos nós estamos ficando em situação de rua: uns não têm emprego, outros não conseguem pagar seu aluguel, a comida está cada dia mais cara e as cestas básicas não chegam. Faltam até marmitas para a gente que depende delas para comer uma única vez no dia.
Nós somos cidadãos e cidadãs: queremos viver com dignidade e não pedimos mais do que os nossos direitos. Chega de sofrimento, fome, violência e mortes!
A Prefeitura em breve vai apresentar o seu Programa de Metas de 2021 a 2024. Nós reivindicamos que ela torne público esse documento, e consideramos
importante incluir a implantação de moradias sociais, um plano de segurança alimentar e projetos alternativos de emprego.
Daqui para frente, queremos que o Prefeito abra diálogo com a comissão do ato para ouvir e discutir nossas propostas, que são:

  1. Manutenção no contrato e ampliação da quantidade de refeições do projeto Rede Cozinha Cidadã;
  2. Continuidade e expansão do projeto Ação Vidas no Centro;
  3. Aumento das vagas de hotéis para Pop Rua durante a pandemia;
  4. Ampliação e diversificação da oferta de moradia digna;
  5. Prorrogação da Renda Básica Emergencial municipal;
  6. Prioridade para a População em Situação de Rua no programa de vacinação da Covid-19;
  7. Retorno da gratuidade no transporte público a partir de 60 anos.
    Queremos abrir um diálogo permanente para melhorar a nossa cidade e, juntos, buscar caminhos e resolver esse grande desafio da desigualdade,
    garantindo uma vida digna para todos e todas.

    “A rua não é lugar de dormir, moradia já!”
    Realização: Movimento Estadual da Pop. em Situação de Rua de São Paulo.
    Apoiadores:
    Aliança Nacional LGBTI do Município de São Paulo;
    Associação Rede Rua;
    AVAAS – Associação de Moradias;
    Bancada Hip Hop;
    Banho Solidário da Receita Federal;
    CEDECA Interlagos;
    Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos;
    Central de Movimentos Populares;
    Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama;
    Coletiva Revolta da Lâmpada;
    COOPERFLORA – Cooperativa de Agricultura Familiar de Americana, Cosmópolis,
    Limeira e Piracicaba;
    CUT – Central Única dos Trabalhadores;
    Familia HÓRUS LGBTI;
    Fórum da Cidade de Acompanhamento das Políticas Públicas da Pop Rua;
    Fórum Hip Hop MSP;
    Grupo Tortura Nunca Mais – SP;
    Mandato do vereador Eduardo Suplicy;
    Mandato da vereadora Juliana Cardoso;
    MNPR – Movimento Nacional da População de Rua;
    MNLDPR – Movimento Nac. de Luta em Defesa da Pop. em Situação de Rua;
    MST – Movimento Sem Terra;
    NDDH – São Paulo – Núcleo de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação
    de Rua;
    Núcleo de Movimentos Sociais e População em Situação de Rua da Comissão de
    Direitos Humanos da OAB-SP;
    Projeto A Cor da Rua;
    Rede Periférica LGBTI Familia Stronger;
    Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região;
    UAMP – União Associação de Moradia Paulista;
    UMAJA – Associação de moradia Jardim Vista Alegre;
    UJB – União da Juventude Brasileira;
    UniSol – Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários.

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