Ex-ministro Luiz Marinho e deputado Nilto Tatto participaram do evento; propostas de combate ao desmonte da economia solidária foi a tônica
A necessidade de o Brasil outro governo federal para valorizar a economia solidária e os desafios de se instituírem políticas opostas às do governo atual para os próximos anos: esses foram os consensos dos discursos e das manifestações no primeiro dia do 6º Congresso Nacional da Unisol, ocorrido na tarde desta sexta-feira (21/5). O evento foi aberto pouco depois das 14h pelo presidente Léo Pinho, que falou das lutas que a entidade vem travando nos estados e dentro do Congresso Nacional pela valorização da economia solidária em todo o Brasil.
Ele passou a palavra ao presidente de honra da Unisol, o ex-ministro do Trabalho e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) Luiz Marinho, que lembrou dos estudos que as entidades de classe trabalhadora realizaram para fundar a Unisol com o apoio do então presidente Luiz Inacio Lula da Silva. “Fomos conhecer as experiências de outros países, como a Itália, para poder implementar esse projeto que hoje faz muito sucesso.”
Nilto Tato, deputado federal, ressaltou a importância das entidades que formam a Sociedade Civil Organizada, principalmente no momento em que “temos o pior Congresso das últimas décadas”. “O pessoal está mesmo passando a boiada, por isso precisamos contar com a Unisol para ajudar a pressionar em nome da sociedade.”
Na mesma direção foi Tarcisio Secoli, da Cooperativa de Crédito dos Metalúrgicos do ABC. Ele falou da entrega de patrimônios públicos que o governo e o Congresso estão efetuando durante este mandato. “Tudo isso é fruto da eleição de 2018. Precisamos discutir rapidamente as mudanças que queremos para o país, e a Unisol tem um papel importante nesse processo.”
Houve também manifestação estrangeira. Mediando o Congresso junto com o advogado Eugênio Alves Soares, o presidente Léo Pinho exibiu o áudio do cumprimento do presidente da Federación de Cooperativas de Producción del Uruguay, Walter Zurdo Rios. “Espero que a pandemia passe para que podemos nos abraçar e trocar nossas experiências de perto”, disse ele.
Nelsa Nespolo, presidenta da Unisol RS, apresentou as teses para a próxima gestão. “Temos um projeto diferente dessa sociedade que está aí, que não nos deixa descansar, não nos deixa desfrutar a vida. A economia solidária é uma estratégia de desenvolvimento e não pode mais ficar na invisibilidade.”
Retomando a palavra, Léo Pinho questionou sobre se haveria dissenso nas teses no que tange à questão de combate ao racismo e de valorização das mulheres – que são maioria não só no Brasil, mas também nos empreendimentos de economia solidária. Houve anuência das teses, que serão votadas neste sábado (22>.
Ao final, a tesoureira da Unisol, Anne Sena, apresentou para os delegados e todos os filiados a prestação de contas da gestão atual, com o apoio de assessores e da auditoria externa, que recomendou aprovação do balanço.
Léo Pinho encerrou o dia de Congresso exigindo a economia solidária de novo no centro da política econômica do Brasil. “Estamos construindo uma unidade para construir um país e essa deve ser a nossa grande tarefa.”
Confira abaixo a relação de cargos e representantes escolhidos durante o congresso:
Presidente: Leonardo Pinho (SP)
Vice Presidenta: Maysa Motta Gadelha (PB)
Secretária Geral: Nelsa Nespolo
Tesoureiro: Tarcísio Secoli (SP)
Diretor de movimentos sociais: Edvaldo Pitanga (BA)
Conselho geral:
Regional Sul: Jair Antunes (SC)
Regional Norte: Carlos Omar (AC)
Regional Sudeste: Cléa Venina (MG)
Regional Nordeste: Rejane Meyson Vieira de Souza (PI)
Regional Centro Oeste: Suelen Vieira do Nascimento Borralho (MT)
Conselho Fiscal:
Maria Rejane Aurélio da Silva
Raimundo Pereira da Silva
Jorge Henrique Morais da Silva
Djenane Martins
Ana Ines de Castro Prieto
Carlos José Caramelo Duarte