Comunidade extrai óleo do produto in natura colhido em atividade na mata; objetivo é expandir vendas para todo o país
O grupo de mulheres quebradeiras de coco da comunidade de Cabeceiras em São João do Arraial, localizado a 186 km da capital Teresina (PI), tem incrementado a renda com a colheita e produção do coco babaçu. Trata-se de uma espécie da família da palmeira, da qual se extrai um óleo empregado sobretudo na alimentação e na produção de cosméticos e de remédios. Nativa de apenas algumas regiões do Nordeste, a espécie é desconhecida de grande parte da população brasileira.
Em casa, o coco babaçu é quebrado, torrado e cozido. Do cozimento extrai-se o azeite, que tem fins culinários e boa dose de nutrientes – é rico em ácido láurico e vitamina E, entre outros. Além de poder ser usado em massas, assados e frituras, pode ser convertido em cosméticos para o cabelo, a pele e as unhas. Como no coco, a mistura do líquido com a polpa converte-o em um tipo de leite também utilizado na cozinha. E, quando produzido em altas quantidades, pode ser convertido em biodiesel se passar por processamentos industriais.
O grupo de mulheres de Cabeceiras atualmente conta com vinte participantes, sendo quatro homens e dezesseis mulheres, jovens e adultas, que adquirem a renda majoritária da agricultura familiar com o cultivo de quintais, frutíferos – plantam goiaba, acerola e caju, entre outras frutas – e o babaçu.
De uma única coleta na mata é possível, após o devido manuseio, extrair até 800 litros de óleo, usados para diferentes finalidades. “Uma parte do azeite nós usamos nas receitas aqui mesmo da comunidade. Outra parte é comercializada nos mercados institucionais e nos mercados locais”, diz a coordenadora do grupo, Maria Aurilene Pinto Barbosa.
A coletividade já obteve apoio financeiro da DGM Brasil/CAA-NM/Cootapi. Os recursos foram utilizados na construção de uma unidade de beneficiamento do babaçu, na aquisição de maquinas e de equipamentos e na formação dos participantes.
Atualmente conta com assessoria técnica da Unisol Brasil – por meio do Projeto Redes Piauí Produtivo – no processo de legalização e formação para o grupo em procedimentos como embalagem, estoque e comercialização. O azeite do coco babaçu, já comercializado para diferentes parte do Estado, com esse apoio pode alcançar todo o país.
A presidenta da Unisol Piauí e vice-presidenta da Unisol Brasil, Edinalva Costa, acredita que expandir a comercialização é um desafio a ser enfrentado, e as respostas para ele são a potencialidade e a unidade do produto e o apoio da Unisol Brasil e Piauí e dos demais parceiros, dentre elas a Prefeitura Municipal. “Estamos cientes e prontos para as adversidades, e certas do sucesso desse grupo”, disse Edinalva.