Os ministros do Meio Ambiente da América Latina e o Caribe se reúnem desde quinta-feira em Quito para fechar uma agenda sobre desenvolvimento sustentável, antes da conferência da ONU sobre este tema, que ocorrerá em junho no Rio de Janeiro.
Os funcionários trabalham em um plano que definirá as “prioridades regionais em matéria de desenvolvimento sustentável”, disse a ministra equatoriana de Patrimônio, María Fernanda Espinosa, na inauguração da XVIII conferência que será concluída na sexta-feira e da qual participam ministros e delegados de 32 países.
“Também buscamos nos colocar de acordo em uma plataforma que deverá levar à região à cúpula Rio+20 em junho no Brasil”, completou a funcionária em referência à cúpula convocada pela ONU 20 anos depois da realizada na mesma cidade sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Espinosa afirmou que a agenda regional deverá centrar-se no “combate à pobreza e à inequidade”, considerando que a América Latina “continua sendo a região mais desigual quanto à distribuição de renda, emprego e recursos”.
O diretor do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, afirmou por sua vez que a região tem a oportunidade de fixar um novo modelo, a “economia verde ou ecológica”, dentro de um marco do desenvolvimento sustentável.
“A economia verde não é uma alternativa ao desenvolvimento sustentável, mas um meio para implementar as aspirações e acordos da conferência de 1992”, informou o diplomata.
Steiner destacou que a América Latina registra sucessos notáveis nesse campo desde 1993, como o fortalecimento das legislações ambientais e a inclusão do desenvolvimento sustentável nas políticas públicas.
O responsável mencionou particularmente experiência em Argentina, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Equador e México.
Segundo ele, o Brasil reduziu consideravelmente a taxa de desmatamento e, como nenhum outro nos últimos 12 meses, as emissões poluidoras.
A Argentina, por sua vez, com 1 milhão de hectares, “é um dos produtores orgânicos de mais rápido crescimento no mundo”, enquanto que a gestão de terras em comunidades indígenas e as ações para erradicar a pobreza na Bolívia “são uma luz na escuridão”, completou.
No entanto, “as conquistas estão sendo ofuscadas pela velocidade das mudanças ambientais que ameaçam os sistemas de suporte de vida que sustentam o progresso e a prosperidade, especialmente entre os setores pobres e vulneráveis”, advertiu Steiner.
Fonte: Exame.