Quem usa roupas de puro algodão sabe que não há nada mais confortável para vestir. E quando essas roupas são de algodão orgânico e surgem impregnadas por trabalho justo, que envolve pessoas que descobriram um jeito diferente de produzir, cujos resultados são mais equânimes para todos, então o conforto é ainda maior.
Esse é o jeito de produzir da Justa Trama, que acaba de lançar uma nova coleção, “Moda que envolve: costureiras, artesãs e sustentabilidade”, desenvolvida com o apoio do Projeto Empodera, do Instituto Renner e Onu Mulheres. As roupas são produzidas com algodão orgânico certificado e colorido com tingimento natural, que preserva totalmente o ambiente. O resultado desta parceria são roupas confortáveis, sustentáveis e para todos os estilos.
A cadeia produtiva da Justa Trama se inicia no plantio do algodão agroecológico e segue até a comercialização de roupas, reunindo cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras em empreendimentos nas cinco regiões do Brasil – sendo 60% mulheres. São catadoras de sementes, agricultoras, fiadoras, tecedores, costureiras, artesãs e assentados que trabalham nos preceitos da economia solidária, equidade de gênero, inclusão social, sustentabilidade e comércio justo.
A Justa Trama define seu produto final como “a roupa que veste a consciência”. A nova coleção traz roupas que podem ser usadas no dia a dia, nas mais diversas situações. “Queremos que as pessoas pensem no que vestem. Pensem de onde vem a matéria prima. Pensem em quem faz. Porque diferente do que muitas vezes foi colocado, de que moda é para as pessoas alienadas, nós achamos que pensar um jeito diferente de se vestir é também um jeito de você trabalhar a sua consciência. E a grande chamada desse nosso projeto é a roupa que veste a consciência. Porque acreditamos que optar por uma roupa orgânica, que tem um cuidado com quem faz e com o meio ambiente, é ter consciência”, diz Nelsa Nespolo, integrante da Justa Trama.
A Cooperativa Central Justa Trama surgiu em 2004, com o desafio de produzir 60 mil bolsas para o Fórum Social Mundial, sediado em Porto Alegre no ano seguinte. Naquele momento, participaram do processo produtivo a Cooperativa Nova Esperança (CONES), de Nova Odessa/SP, e a Cooperativa de Trabalhadores da Fiação (Textilcooper), de Santo André/SP. As duas foram responsáveis pela fiação e tecelagem. A confecção das bolsas foi feita com a Univens e a Fio Nobre. E devido ao volume de produção, se uniram ao grupo mais de 30 empreendimentos de economia solidária para dar conta do trabalho.
A experiência permitiu enxergar a viabilidade da cadeia. Desde então, depois de muitas mudanças em sua composição, a Justa Trama hoje é composta por empreendimentos, que por se localizarem em diferentes estados do Brasil participam de uma rica troca de experiência e desenvolvimento.
As peças da nova coleção já podem se adquiridas também na cidade de São Paulo, na Casa Orgânica, primeiro supermercado 100% orgânico de São Paulo, que busca valorizar e reunir uma diversidade de produtos orgânicos selecionados e com qualidade certificada. Um local que busca a troca de experiências entre as pessoas e sugere uma nova forma de consumo, justa e economicamente viável. Saiba mais sobre o novo espaço aqui: http://www.casaorganicasp.com.br/
“Achamos que é legal pensar em pontos que não sejam exclusivos da Justa Trama, mas onde estejamos juntos com outros produtos que tenham essa identidade. Uma identidade com economia solidária, uma identidade com o orgânico, que busca essas pessoas que estão inquietas, que querem um mundo diferente e querem fazer sua parte tendo outra postura, outra forma de consumir e de vestir. Trabalhamos com uma porcentagem para que o ponto de vendas possa se fortalecer e também negociamos prazo pra que de fato seja bom pra todo mundo. Temos outros pontos que vão se abrir aqui no Rio Grande do Sul, no Paraná, outros em São Paulo, e queremos estar em todo o Brasil e em todos os lugares onde for possível, porque afinal de contas nosso limite é o mundo”, diz Nelsa.