A Fundação Banco do Brasil e a Organização da Conferência FIB Rio 2012 promoveram, no dia 19 de junho, a Conferência Felicidade Interna Bruta (FIB), durante a Rio+20. O evento, que lotou os 700 lugares do Theatro Net Rio, visou sensibilizar a sociedade em geral para a importância da felicidade e o bem-estar como indicadores de um desenvolvimento que seja de fato sustentável. A UNISOL Brasil esteve presente durante o evento representada pelo assessor da direção, Alexandre Antônio da Silva.
A Conferência, aberta pelo Professor Paul Singer, Secretario Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, constou de 2 painéis, seguidos de blocos de perguntas e respostas. No primeiro painel Karma Ura, vice-presidente do Conselho Nacional do Butão; John Helliwell, professor da British Columbia; e Susan Andrews, coordenadora do FIB no Brasil apresentaram o tema “O que é FIB?”.
No segundo painel Ricardo Henriques, presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, apresentou a proposta de desenvolvimento para a cidade do Rio de Janeiro; e Maria Helena Barbosa, da CEMIG, Irmaci Sinigaglia, de Bento Gonçalves, Jorge Streit e Isabel Miranda, da Fundação Banco do Brasil, falaram sobre diferentes experiências com a implementação da metodologia FIB no Brasil.
A utilização da Felicidade Interna Bruta, conceito criado no Butão, como indicador de desenvolvimento, vem como uma alternativa complementar a outras medidas de riqueza de uma comunidade que vai além do desempenho econômico traduzido hoje no indicador PIB – Produto Interno Bruto. O indicador FIB inclui atividades não monetarizadas como: uso equilibrado do tempo, cuidados com a família, esgotamento de recursos naturais e bem estar humano.
Para Ricardo Henriques, uma das virtudes do FIB é poder ter um olhar mais holístico, mais global sobre os desafios que temos em um território e romper com as limitações de visões reducionistas. “Isso facilita e complementa um olhar que nós estamos tentando fazer na cidade do Rio de Janeiro, que é um olhar que aborde os territórios de forma integral e integradora”. O economista entende que o FIB é capacidade de dar conta de um empoderamento que produz crítica e, ao mesmo tempo, solução. ”Com ele conseguimos gerar um diálogo com resultados, uma agenda que seja capaz de ter uma escuta forte e, ao mesmo tempo uma entrega de serviços de qualidade que permita reduzir as desigualdades. O FIB é mais do que bem-vindo aqui”.
Vários países estão começando a promover levantamentos similares ao do FIB, tais como Reino Unido, Tailândia, Canadá, China, Japão e Austrália. No Brasil, projetos- piloto bem-sucedidos foram implementados em cooperação com as prefeituras de Angatuba, Itapetininga e Campinas, no estado de São Paulo, de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul e do Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina, Distrito Federal.
Karma Ura defendeu a dimensão holística e espiritual do FIB sublinhando que, no mundo, as pessoas devem se sentir significativas. “É preciso dar um sentido à vida de cada um, isso é importante. Pode-se fazer isso de várias maneiras: pode-se superar as próprias limitações ou fraquezas, melhorar suas relações com outra pessoa ou fazer algo maravilhoso em prol da natureza. Há muitos caminhos para desenvolver um novo sentido na vida”, concluiu.
Piloto – No Núcleo Rural Rajadinha, comunidade que fica a 10 km do centro de Planaltina (DF) formada por 420 famílias, a Fundação Banco do Brasil está implementando, em caráter de piloto, a metodologia de indicadores FIB. A escolha da comunidade teve como base o projeto “Rio São Bartolomeu Vivo”, que está sendo executado pela Fundação Banco do Brasil e parceiros.
No projeto, o FIB promove um diagnóstico participativo para identificar as potencialidades e vulnerabilidades da comunidade em nove dimensões: padrão de vida econômica, governança, educação, saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, uso equilibrado do tempo e bem-estar psicológico.
Em abril deste ano, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o presidente da Fundação BB, Jorge Streit, apresentou a experiência da instituição na utilização do conceito, durante o encontro “Bem-estar e Felicidade: Definição de um Novo Paradigma Econômico” (Wellbeing & Happiness: Defining a New Economic Paradigm). O presidente participou do evento a convite do Primeiro Ministro do Reino do Butão, Lyonchhen Jigmi Thinley.