A capital do Rio Grande do Sul reúne, entre os dias 17 e 21 de janeiro, iniciativas de coletivos, movimentos e organizações sociais em lutas e resistências. O “Fórum Social das Resistências – por democracia e direitos dos povos e do planeta” será espaço para troca de informações e para a criação de pontos de contato e formas de união frente à conjuntura mundial.
“O Fórum Social das Resistências no atual momento do país é um dispositivo fundamental para articular redes, iniciativas e mobilizações em defesa dos direitos sociais e da classe trabalhadora brasileira”, define o presidente da Unisol Brasil, LeoPinho.
O encontro tem início com a Marcha dos Povos em Resistência, no dia 17 de janeiro – mesmo período em que acontece o Fórum Econômico de Davos, na Suíça – e segue nos dias seguintes com grandes debates de convergências nas temáticas centrais dos processos de resistências, atividades autogestionadas, além de atividades politico culturais, mostras, expressões artísticas e atos políticos.
A Economia Solidária estará presente durante todo o Fórum, participando da Marcha dos Povos, promovendo a tradicional feira e o Seminário de Convergência “Os velhos e novos sistemas de resistência econômica”, com a presença do economista e defensor da Economia Solidária, Paul Singer. O seminário acontece no dia 19/01, a partir das 11h, no auditório Araújo Viana (Parque da Redenção).
“A Economia Solidária se constrói nos interstícios que as crises inerentes ao capitalismo deixam desocupados: terra deixada improdutiva que via reforma agrária é entregue aos trabalhadores, que a cultivam em empreendimentos solidários; é o lixo que infesta as cidades que é reciclado por cooperativas de catadores. O maior desafio é motivar e resgatar a multidão deixada à margem, fazendo-a ver que sua emancipação é possível desde que se tornem protagonistas dela”, define Singer.
Serão mais de 100 bancas de Economia Solidária com produtos de artesanato, confecção, cultura e bens diversos e uma praça de alimentação próxima chafariz do Parque da Redenção. Várias oficinas e outros debates acontecem também ao longo do Fórum.
“A importância do Fórum é unir os que lutam e acreditam num novo mundo possível. Fazer frente a essa ameaça constante, e que já é uma realidade, às conquistas e direitos dos trabalhadores e à economia solidária. Portanto, mais do que nunca é preciso uma unidade desses que fizeram essas conquistas aconteceram para enfrentarmos esse momento com força, organização, indo pra rua, mostrando que acreditamos que outro mundo é sim possível, e não é quem está nesse momento no poder que vai tirar tudo o que construímos até aqui”, diz a vice-presidente da Unisol Brasil, Nelsa Fabian Nespolo. “Não é só o Brasil, ou alguns estados e municípios do país que estão vivendo de fato um processo de retrocesso, mas também a América Latina e vários países do mundo. É preciso uma grande frente de resistência pra que de fato não haja um retrocesso a toda uma caminhada onde pessoas doaram suas vidas, seus dias, abriram mão de muita coisa pra essa construção. Acreditamos que esse mundo novo é possível e continuamos na resistência”.
Habitação Cooperativa
A Cooperativa Habitacional Central do Brasil (COOHABRAS) realizará uma oficina de habitação cooperativa destinada a lideranças e instituições solidárias que tenham interesse em conhecer o método cooperativo de acesso à moradia. A atividade acontecerá no dia 20 de janeiro, será oferecida a preço de custo e a intenção é também gerar interesse para os cursos de aprofundamento do método para organização de famílias de baixa renda na Rede Nacional de Habitação Solidária que acontecerão ao longo dos próximos meses.
“Em tempos onde as políticas sociais de habitação estão em perigo de sérios cortes orçamentários, especialmente aquelas que apoiam e fomentam as organizações cooperativas, o Minha Casa Minha Vida hoje é uma grande incógnita. Então, o trabalho da COOHABRAS é reforçar que o povo organizado é que garante as políticas públicas, se não houver pressão, não há conquista… se o povo não estiver organizado, está invisível ao governo. Além disso, organizamos a poupança popular para a compra de áreas de terra que serve de modelo dos Fundos Solidários demonstrando a força da economia solidária neste contexto”, define o presidente da COOHABRAS, Ivanio Dickmann. “Acreditamos que o FSMR será um marco de início da mudança do nosso país pra ele voltar ao trilho da democracia nas mãos do povo trabalhador. Nenhum direito a menos, nenhum trabalhador/as sem casa”!
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