Ali, bem no coração do consumo, uma mostra de artesanato totalmente ambientada com os itens produzidos pode ser apreciada. Os itens, que incluem mochilas, bolsas, estojos, carteiras, tapetes, jogos americanos e um grande número de produtos feitos com resíduos de material automotivo da Volkswagen, estão sendo comercializados no espaço até o próximo dia 20 de março. Ao todo, 60 pessoas estão envolvidas na produção, sendo 11 MEIs (microempreendedores individuais) e nove grupos produtivos.
“Nossas expectativas são as melhores possíveis. Essa oportunidade representa algo novo. Sempre que nos falam em exposição em shoppings sabemos que normalmente o que será cedido como espaço será um quiosque. Mas nesse caso, no Grand Plaza, o local cedido é uma loja maravilhosa, em lugar de grande visibilidade. Vamos atingir um público diferenciado. É um novo desafio”, avalia Djenane Martins, que integra um dos empreendimentos participantes do projeto, o Charlotte Arte em Costura, e é também diretora da UNISOL São Paulo.
O Costurando o Futuro é um projeto desenvolvido pela Fundação Volkswagen junto a comunidades no entorno das fábricas localizadas em São Bernardo do Campo e São José dos Pinhais. Com foco na geração de trabalho e renda nessas comunidades, o projeto tem também atuação ambiental, contribuindo para reduzir o descarte de tecidos automotivos em aterros. Os empreendedores participantes confeccionam bolsas e acessórios a partir de tecidos automotivos e uniformes usados por colaboradores da Volkswagen do Brasil que seriam descartados em aterros. O projeto também recebe doações/retalhos excedentes de produção da marca de camisas Dudalina, que fornece o material por meio do Instituto Adelina.
O Costurando o Futuro oferece formação técnica com supervisão de modistas, designers, técnicos em costura, linha de produção, processo criativo, assessores de empreendimento, noções de gestão organizacional, empreendedorismo e treinamentos em negócios para pessoas, com intuito de formar grupos produtivos autônomos na região.
Iniciado em 2009 em São Bernardo do Campo, o projeto já reaproveitou 75 toneladas de tecido. Na cidade, mais de 200 pessoas já receberam formação e criaram um portfólio com mais de 100 produtos. Em São José dos Pinhais, no Paraná, o Costurando foi desenvolvido de 2014 a 2015, onde 90 mulheres participaram das oficinas. Lá o portfólio conta com outros 70 produtos feitos a partir dos materiais doados, e a venda acontece em feiras e eventos.
“No projeto estão presentes os três pilares da sustentabilidade: do ponto de vista social, as mulheres aprendem um novo ofício; do ponto de vista econômico, elas começam a gerar renda; e no aspecto ambiental, reutilizam tecidos que seriam descartados em aterros”, define a diretora da Fundação Volkswagen, Keli Smaniotti.