Secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, avalia que o modelo é caminho para tornar o país mais justo. Segmento emprega 100 milhões de pessoas no mundo, das quais 60% são mulheres
Brasília – Diante de uma plateia formada por catadores de materiais reciclados, artesãos, rendeiras e pequenos produtores rurais, o secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, disse que o maior desafio desse ramo da atividade é tornar o país mais “justo, igual e democrático”. Singer discursou para os quase 1,5 mil participantes da 3ª Conferência Nacional de Economia Solidária (Conaes), aberta no dia 27 de novembro.
“A economia solidária ainda tem muito o que dar, temos que estender a economia solidária ao ensino das crianças e dos jovens, temos que aprimorar todos os esforços coletivos para que os brasileiros tenham a vida que merecem, tornando o país mais justo, mais igual e democrático”, defendeu.
Singer, que, desde 2003, comanda a secretaria ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, defende a economia solidária como alternativa à exclusão social promovida pelas chamadas políticas neoliberais. Segundo ele, a economia solidária surge como reação “à exclusão social, à penúria, à perda do autorrespeito e da esperança, o que leva alguns a encará-la como compensação às injustiças do capitalismo.”
A conferência reúne, até o dia 30, representantes do poder público, de organizações da sociedade civil, empreendimentos econômicos solidários e suas organizações, e tem como um dos principais objetivos elaborar um Plano Nacional de Economia Solidária, que estabeleça políticas públicas de acesso ao crédito, pelo pequeno empreendedor, bem como as garantias de participação dos micro e pequenos empreendedores, em condições de igualdade, nos pregões públicos e nas compras governamentais.
De acordo com a integrante do Fórum Brasileiro de Economia Solidária Ana Lourdes de Freitas, essas políticas são importantes, pois, apesar de gerar renda, os empreendimentos solidários têm a capacidade de produção limitada, devido ao grande percentual de informalidade. Ela defendeu a criação de um marco regulatório que reconheça as especificidades do segmento e a criação de “fundos solidários, cooperativas de crédito e fomento, com recursos que possam chegar diretamente aos investimentos econômicos solidários, por meio dos bancos oficiais”.
Durante a abertura do evento, a presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da economia solidária para a autonomia de mulheres, no Brasil e no mundo. Dilma parabenizou e elogiou a intensa participação das mulheres na conferência – em torno de 65%.
Ela enumerou algumas ações promovidas pelo governo federal em prol do setor, como investimentos e a estratégia de integrar a economia solidária desde 2011 ao Programa Brasil sem Miséria. “É com muito orgulho que nós, no Brasil, temos um modelo de desenvolvimento que reconhece a importância da economia solidária”, disse.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o segmento emprega mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 60% são mulheres.
Fonte: reprodução de matéria da Rede Brasil Atual