Filiada à Unisol, Cajuespi trabalha para criar um centro de produção e visitação e sonha produzir amêndoas e polpa para distribuição nacional
A Cajuespi (Cooperativa dos Produtores de Cajuína do Estado do Piauí Ltda), filiada à Unisol e com sede em Teresina, atende hoje cerca de 2,2 mil famílias. Operando nas diretrizes da economia solidária, o empreendimento agora busca maneiras de se expandir e produzir outros derivados do caju.
Segundo o presidente da entidade, Lenildo de Lima e Silva, 33 cidades do Piauí são atendidas pela Cajuespi. “As comunidades têm seus próprios processos de produção, nós centralizamos o recebimento e a distribuição.” Depois de envasada, 80% da cajuína é distribuída para dentro do Piauí. O resto é enviado para outros estados brasileiros, como Maranhão, Ceará, São Paulo e o Distrito Federal.
A cajuína é uma bebida típica da região nordeste do Brasil e é reconhecida como Patrimônio Cultural do Piauí – seu processo de beneficiamento é todo descrito pelo Iphan. É clarificada: o suco é batido, separado da polpa escura com o auxílio de gelatinas e filtrado, restando uma bebida clara, rica em cálcio, ferro, fósforo e vitaminas A e C, além de deliciosa. Só no Piauí existem 868 empreendimentos que produzem a bebida – a maior parte no entanto tem comercialização limitada por não possuir certificado pelos órgãos fiscalizadores.
Já o empreendimento que resultou na Cajuespi existe desde o início deste século, mas ganhou uma nova formatação depois de uma feira ocorrida em Teresina em 2016. Nela, Lenildo e seus parceiros foram apresentados ao presidente da Unisol, Leo Pinho. “A gente entendeu que trazer a agricultura familiar para a Cajuespi seria benéfico, pois enquanto conseguimos aumentar a produção os agricultores e agricultoras têm maior acesso à informação que vem da Unisol”, diz Lenildo.
Hoje a Cajuespi conta com a assessoria da Unisol no processo de regularização do seu negócio. “Nosso sonho é criar um centro de produção, uma área de capacitação de nossos filiados e filiadas, um museu da cajuína, lanchonete, espaço de visitação. Não é apenas negócio, é a valorização da nossa cultura.” Segundo Lenildo, para o futuro a Cajuespi espera trabalhar com outros produtos derivados do caju. “Fazer a amêndoa em diversas formas, doces ou salgadas, ou a polpa para consumo é muito difícil para o pequeno produtor. Mas juntos poderemos ter essa capacidade.”