Formada por trabalhadores e trabalhadores de Osasco, no estado de São Paulo, a Rede Atosol – Ação dos Trabalhadores Organizados e Solidários – tem a visão de ser reconhecida regionalmente como uma rede de Economia Solidária, com a possibilidade de ancorar outras redes e empreendimentos, tanto no município como na região oeste do estado.
Artesanato, agricultura urbana, serviços de costura, assessoria digital e alimentação são os segmentos de trabalho da Atosol. Nascida em agosto de 2009, a partir de um seminário de tecnologia social realizado em Osasco, a Rede inicialmente era composta só por artesãos, tanto individuais, espalhados pela cidade, como aqueles que faziam parte da Incubadora Pública de Empreendimentos Econômicos Solidários.
“Até o ano passado, essa Rede era assistida pela estratégia da Política Pública de Economia Solidária, no Programa Osasco Solidário. A partir do fim de 2016 a Atosol se tornou autônoma. Hoje continuamos na parceria estratégica da Economia Solidária no município, mas temos toda autonomia de trabalho”, diz Edna de Souza Machado Simão, coordenadora gera da Rede Atosol.
“Quando a gente se tornou autônomo, decidimos que, em vez de sermos uma rede só de artesanato, seria melhor a gente juntar outros segmentos que existiam no município, pra que a gente fosse uma rede única de Economia Solidária, fortalecida. Hoje a Atosol está sendo reconstruída pelos empreendimentos, porque até 2016 ela era meio direcionada pelas ações e vontades da gestão pública. Temos hoje o comprometimento de formar os empreendedores da Rede. A maioria deles já passou por processo de incubação, estão formalizados e alguns legalizados. Os trabalhadores e trabalhadoras dessa Rede têm a responsabilidade de formar as novas pessoas que estão chegando, proporcionar a mesma formação que tivemos”, define Edna.
Outro objetivo da Atosol é ter espaços permanentes de comercialização, sempre com foco no comércio justo, na Economia Solidária, em produtos e serviços inovadores e com diversidade. Edna aponta que no processo de constituição da Atosol houve uma divisão, e a partir disso se formaram três redes. Embora todas estejam em busca de espaços de comercialização e feiras, somente a Atosol tem o foco de dar continuidade à prática da Economia Solidária.
Um passo importante nesse sentido foi o cadastro da Rede no CADSOL, o cadastro nacional dos empreendimentos econômicos solidários. A Atosol foi a primeira rede a entrar no cadastro nacional. “O cadastro tem empreendimentos, associações, enfim, tem outras formações, mas até a gente entrar não havia nenhuma rede cadastrada. Fomos a primeira. E isso deu muita força pra gente, inclusive pra que fossemos reconhecidos legalmente, dentro do município, como uma rede de prática da Economia Solidária”, avalia Edna.
A Rede se reúne mensalmente para tratar de várias questões, entre elas a política pública de Economia Solidária. O grupo participa de espaços de diálogo, melhoria e avanços dessa política, pois um dos focos da Atosol é a estabilidade econômica dos empreendimentos. Esse movimento inclui acompanhar as atividades da Câmara Municipal, buscar os vereadores que têm sensibilidade para a Economia Solidária, de modo a estabelecer diálogo permanente.
“Não se pode falar de Economia Solidária sem falar de geração de renda. E a nossa fonte de renda é o trabalho que a gente faz. Esse é um dos nossos focos, e temos que estar dentro do município dialogando ativamente em todos os espaços sensíveis à causa da Economia Solidária. O nosso Fórum Oeste Metropolitano de Economia Solidária de São Paulo, do qual a gente faz parte, estava praticamente parado, mas vamos reativá-lo agora. Temos representação oficial no Fórum Estadual e estamos também cadastrados na Rede Estadual de Fundos Rotativos Solidários”, diz Edna.
A Atosol é composta por várias comissões para melhor organizar a atuação: Comissão de Coordenação (responsável por representar a Rede nos mais variados espaços de diálogo onde se discute a Economia Solidária); Comissão Administrativa (que cuida das questões internas da Rede, como cadastro de empreendimentos, sistematização de atas e outros documentos); Comissão de Finanças (que cuida do fundo rotativo da Atosol); Comissão de Relações Públicas (que cuida da imagem da Rede, tanto interna quanto externa, e procura canais para divulgar o trabalho); e Comissão de Projetos (focada exclusivamente em trabalhar projetos para a Atosol).
“Nos filiamos à UNISOL e estamos contentes com isso, porque sabemos da representatividade e da importância que a central tem, tanto no estado como no Brasil. Sabemos o tamanho da importância e da luta da UNISOL pelos empreendimentos e juntos somos mais fortes”, completa Claudia.