Grupo participa de reuniões, visitas de intercâmbio e Forum de Liderança
Na segunda-feira, 24 de novembro, a Unisol Brasil recebeu um grupo de parceiros internacionais, a CGIL, maior central sindical da Itália, e da Nexus, também da Itália, e mais duas federações, que vieram ao Brasil conhecer a organização sindical dentro da fábrica de automóveis Volkswagen, os projetos desenvolvidos, inclusive os sociais e compartilhar conhecimentos, além de participar de outros compromissos voltados ao intercâmbio e ao fortalecimento dos conhecimentos de economia solidária. São parte do grupo: Bruno Papignani, da Federação dos Empregados Operários Metalúrgicos (FIOM) Emilia Romagna, Alberto Conti, da FIOM Bologna, Stefano Maruga, assessor de relações internacionais da FIOM Itália, Gorjano Giovanini, da Federação Italiana da Indústria Química Tecidos Energia e Manufatura (FICTEM) da Emilia Romagna, Sabina Breveglieri, da Nexus Emilia Romagna e Sandra Pareschi, da CGIL/Nexus E.R.
A VW tem 573 mil empregados no mundo e está presente em 150 países. Somente no Brasil são cerca de 15.000 trabalhadores, onde a companhia inaugurou as suas operações em 1953. Após a China, é no País que a empresa tem a sua maior presença.
A visita começou com uma apresentação institucional da VW, realizada pela equipe de relações sindicais da empresa, onde se discorreu sobre a história da companhia, e como estão organizadas as relações entre a companhia e os trabalhadores. A comitiva recebeu a visita de representantes sindicais trabalhadores da VW durante a reunião, que fizeram comentários pontuais sobre detalhes de relacionamento, desafios e oportunidades dos trabalhadores da indústria metalúrgica. São eles Francisco Assis, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e inspetor de qualidade, Valdir Rios, jurídico do SMABC e representante da área de armação da empresa, Ivo Motta, diretor do SMABC e funcionário há 30 anos da VW, Reinaldo Marques, coordenador geral do Comitê Sindical da empresa e da Comissão de Fábrica, também diretor do sindicato, Wellington Damasceno, diretor do SMABC, e coordenador do Comitê Sindical e da Comissão de Fábrica, e Nélson Rocha, da diretoria do SMABC e presidente da Fundação Solano Trindade (mais detalhes à frente). A organização da visita ocorreu com o empenho de Valdir Freire, o Chalita, vice-presidente do Comitê Mundial dos Trabalhadores na VW, coordenador da Comissão de Fábrica.
Foi salientado que a VW segue um modelo de relações trabalhistas participativo e construtivo, que envolve em São Bernardo, São Carlos, Taubaté e Curitiba 31 representantes, 70 diretores sindicais e 39 membros da CIPA. Este modelo é baseado em confiança mútua, a busca por soluções conjuntas, acordos, garantias, reconhecimento e diálogo permanente. Procura o equilíbrio entre as mudanças inerentes nesse tipo de negócio, a indústria automotiva, e as necessidades dos trabalhadores.
Em seguida, foi a vez de visitar as dependências da fábrica, começando por conhecer os escritórios sindicais organizados pelos trabalhadores da VW e instalados em alas da fábrica. Os representantes/funcionários explicaram como conseguiram instalar as salas sindicais, de que forma os trabalhos são conduzidos, e quais são os principais desafios enfrentados ao tentarem conciliar a política, os interesses dos trabalhadores e da companhia. Em uma das salas, o grupo conheceu o trabalho do Centro Cultural Afro Brasileiro Solano Trindade, fundado em 2008 pelos trabalhadores da VW, que desenvolve ações e atividades voltadas ao desenvolvimento de cerca de 250 crianças carentes, moradoras da periferia de São Bernardo do Campo (SP) e Diadema (SP). Um dos projetos é o “Direito de Brincar”, com oficinas para resgatar as boas e velhas brincadeiras das crianças. Foram envolvidas doze Organizações não Governamentais (ONGs), que incluiu a participação em atividades paralelas à Copa do Mundo, entre elas, o Mundial de Futebol de Rua. Este trabalho acaba por refletir no desempenho escolar e na qualidade de vida destas crianças. Outra ação foi a oficinas de jogos e brincadeiras na Comunidade do Ipê, próxima da VW.
Já o ‘Programa Uma Hora para o Futuro’ , que tem duas frentes: a arrecadação de recursos, por meio da doação anual de uma hora de trabalho dos funcionários de várias plantas da VW ao redor do mundo,os quais o valor é revertido para o projeto, e a outra são ações que acontecem no Jardim Ipê e Divineia, ambos em São Bernardo do Campo, e no Jardim Arco Íris, em Diadema. São feitas parcerias com as sedes das sociedades de bairro, que cedem espaços para as atividades e envolvidas cerca de cem crianças de sete a 16 anos com oficinas de música, percussão, capoeira, dança e arte, cultura e cidadania, além do acompanhamento das crianças na formação escolar. Foi ainda estabelecido um convênio com a agência de cooperação internacional Terre des Hommes, na Alemanha. A entidade é responsável pelos serviços de assessoria técnica para elaboração, implementação e monitoramento do projeto no ABCD. Na primeira arrecadação para a campanha, em dezembro de 1999, 96% dos 19,5 mil trabalhadores conseguiram US$ 90 mil.
Na sequência, o grupo conheceu a fabricação e montagem dos veículos da VW, que tem produzido 1.200 veículos por dia somente em sua planta de São Bernardo do Campo. Aspectos de qualidade de vida e segurança do trabalho, durante a execução das tarefas pelos funcionários, já implantados e em andamento, foram destacados pelo executivo da companhia que conduzia a visita. No fechamento da visitação, que durou quase o dia inteiro, a equipe de relações de trabalho da VW ouviram as considerações finais do grupo e saudaram os visitantes.
Pareschi, da Nexus, ficou muito impressionada com as ações sociais e pretende estreitar o contato para tentar reproduzir algumas ideias na Itália. E a CGIL irá apresentar aos companheiros na Itália as características tão especiais destas relações trabalhistas e sindicais. Os visitantes continuam em São Paulo esta semana, onde participarão de reuniões e também do 2º módulo do Fórum de Lideranças da Unisol Brasil, que ocorre em São Bernardo do Campo nos dias 25 e 26 de novembro, além de participar de reuniões com centrais sindicais brasileiras.
Sobre a CGIL
A Confederação Geral Italiana do Trabalho (em italiano Confederazione Generale Italiana del Lavoro; CGIL) é o maior sindicato da Itália, com mais de 5,5 milhões de inscritos. Foi fundado em 1944 para fazer oposição à Confederação Geral do Trabalho (Confederazione Generale del Lavoro; CGdL) criada em 1906.
Sobre a Nexus
Nexus Solidariedade Internacional Emilia Romagna é o Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento, uma ONG fundada em 1993 pela CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho). A Nexus realiza a cooperação internacional, a fim de contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas e fortalecer as instituições democráticas, com particular atenção às questões trabalhistas, no pleno respeito pela diversidade cultural e do princípio da auto-determinação dos povos. Hoje, a Nexus está presente na América Latina, na África, no Mediterrâneo e nos Territórios Ocupados da Palestina. Na Itália, a Nexus organiza iniciativas para promover a consciência intercultural e a solidariedade, cursos de formação para delegados sindicais e trabalhadores. Além disso, promove programas de educação para a globalização para estimular a consciência e aumentar o interesse do público italiano e europeu sobre os problemas dos países em desenvolvimento.