Convidados abordam diferentes pontos e contam experiências sobre o atual cenário da autogestão no Brasil
Nessa quinta-feira (3/09), a Unisol teve a primeira edição de setembro do projeto Quintas de Formação, que esse mês abordará o tema Autogestão.
O conceito de autogestão pode ser definido como o gerenciamento de uma empresa pelos próprios empregados, que são representados por uma direção ou por um conselho gestor.
Dentro do tema Auto Gestão, o foco do debate foi “Os Desafios Pós-Pandemia”, explanado pelos convidados que atuam profissionalmente em diferentes áreas, abordando diferentes pontos, mas que têm em comum no seu dia a dia a reflexão e busca de soluções sobre o modelo autogestionário.
Conduzida pelo Arildo Mota, Secretário Geral Unisol Brasil, a live teve início com uma abordagem geral, em caráter de introdução, sobre princípios que compõem o conceito de autogestão, nos campos econômico, social, comunitário, jurídico e profissional.
“Falar da alto gestão é falar da participação coletiva, da adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos sócios e sócias, de autonomia, de independência, educação, formação do ser humano, de informação, intercooperação, interesse pela comunidade, praticar o cooperativismo, associativismo, a economia solidária no sentido amplo.” afirmou Arildo.
Para trazer um debate acadêmico à live, a socióloga, pesquisadora do GPERT (Grupo de Pesquisa em Empresas Recuperadas por Trabalhadores/as) e educadora popular Vanessa Sígolo trouxe em sua fala como se iniciou a ideia do GPERT, trabalhos realizados nos últimos anos com dados muito preciosos baseados em pesquisas ao longo de anos até o momento atual.
O convidado Carlos Caramelo, membro da Diretoria Executiva SMABC, trouxe à reflexão a importância da autogestão como alternativa, numa realidade em que ainda há ausência de proteção aos trabalhadores.
“Com o fim da justiça do trabalho, todas autarquias e aparatos que existiam para dar sustentação ao profissional, o trabalhador, quando abandonados pelo patronato, adota autogestão como vocação de vida e forma de resistência” afirmou Caramelo.
Maurício da Costa, Advogado e Sócio Cooperado do Sistema UNIFORJA, destacou em sua fala inicial a diferença entre como funciona uma empresa tradicional e uma empresa de autogestão com os princípios cooperativistas, inserida na economia solidária.
“A autogestão é um caminho sim! Um caminho atualizado justo pro futuro das pessoa. Mas trago um problema que já acontecia antes mesmo da pandemia, que é a falta de incentivos por parte do governo. Nós não temos acesso ao crédito. Somos uma empresa 100% nacional, da economia solidária, que precisa encontrar incentivos no país para sobreviver, gerar em prego e dar dignidade para o trabalhador. Somos um modelo de empresa que valoriza o trabalho e também o trabalhador.” explanou Maurício em uma das suas falas.
Infelizmente, por problemas de conexão com a internet, não foi possível contar com a participação do Cláudio Domingos, Vice-Presidente da Metalcoop.
A live da 1ª edição do Mês da Autogestão está disponível no Facebook e Youtube da Unisol Brasil caso queira conferir na integra esse debate.