No dia 23 de maio, a partir das 14h, um ato organizado por um conjunto de entidades e órgãos, juntamente com o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União, acontecerá no Memorial do Ministério Público, em Brasília, para chamar a atenção para o desmonte das políticas públicas para a agricultura familiar e o acesso à terra, e também para o aumento exponencial da violência no campo.
A articulação surgiu a partir da reunião dessas entidades junto ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), realizador da mobilização. Participam do ato UNISOL Brasil, Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF), dentre muitas outras entidades.
De acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o ano de 2016 teve registro recorde no número de conflitos no campo: foram 61 assassinatos de trabalhadores rurais, o dobro de casos em relação à média dos últimos 10 anos. O ano de 2017 já revela que os conflitos serão intensificados. Nos primeiros cinco meses deste ano foram registrados pela CPT 25 assassinatos em decorrência dos conflitos agrários no Brasil, o dobro dos casos do ano passado para o mesmo período.
“A violência no campo brasileiro tem crescido e se intensificado no país de forma combinada com o desmonte das políticas públicas da agricultura familiar e com ações como a CPI do Incra e Funai, que só têm um objetivo: criminalizar as organizações que trabalham por reforma agrária. Os ruralistas e o governo Temer estão sinalizando com essas medidas o passe livre para o aumento na violência no campo”, define o presidente da UNISOL Brasil, Leo Pinho.