Em Brasília nos dias 31/05, 01 e 02/06/2016 foi realizado o Encontro de Mulheres e Economia Solidária e Feminista reunindo participantes das regiões norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul do Brasil com o objetivo de articular e fortalecer as ações das representantes das organizações dos empreendimentos e Redes de cooperação que atuam com a temática da Ecosol e Gênero no âmbito do Movimento.
As discussões foram norteadas através da fala e contribuições de cada participante e convidados a partir de temas, tais como: a crise política, o golpe e a defesa da democracia e dos direitos; a origem da opressão das mulheres, as políticas neoliberais e o ajuste econômico, dentre outros. Durante esses dias as mulheres puderam participar de um ambiente integrador que possibilitou uma análise da atual conjuntura política frente ao momento em que o país atravessa uma instabilidade socioeconômica e política.
Pois, bem esta situação vem se agravando frente ao golpe empreendido pela direita conservadora, machista e patriarcal contra o exercício da democracia e que não respeita o voto dos trabalhadores e trabalhadoras que reelegeram Dilma Roussef na última eleição em 2014, também eleita a primeira presidenta do Brasil em 2010. E que culminou na instauração do Impeachment mesmo não sendo comprovado crime de responsabilidade fiscal e logo em seguida a sua substituição por Michel Temer.
Nesse contexto, o que se observa é o desmonte das políticas sociais que estavam em andamento no Brasil com a extinção de ministérios e secretarias, como por exemplo, Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (MMIRDH) e Ministério da Cultura – MINC, sendo que este último foi reestabelecido mediante a grande mobilização da sociedade civil.
Desse modo, o que se observa é o intuito em extinguir esses direitos conquistados ao longo da história destacando-se sua ampliação a partir de 2003 com o governo Lula. Principalmente no que tange as políticas sociais implantadas na sua gestão e sua continuidade no governo da presidenta Dilma colocando o Brasil em lugar de destaque no cenário internacional. Ora, essa tentativa visa desestabilizar os setores organizados como um processo de desmobilização, sobretudo, no que tange as políticas sociais em curso no Brasil. Neste aspecto os movimentos que desenvolvem atividades relacionadas aos direitos das mulheres, notadamente, aqueles que fortalecem a sua autonomia econômica e política têm um papel fundamental de atuação constante nos espaços de discussão das políticas públicas, pois, levam esse debate para a base através de suas ações nas comunidades.
É importante nesse conjunto de ações ressaltarmos o trabalho das mulheres, pois, mesmo diante dos avanços de suas reivindicações, sobretudo, através do Movimento feminista pela luta por conquista de direitos para este segmento. Ainda, são as mulheres que ganham os menores salários, culpabilizadas quando vítima de violência (psicológicas e físicas), e ainda expostas e exploradas pela grande mídia capitalista em seus anúncios. Mas, entretanto, torna-se relevante promover esses encontros, pois, possibilita as mulheres dialogarem sobre suas ações, avanços e desafios visto que nem sempre é dada essa oportunidade de se apropriarem de forma mais ampla sobre os temas que envolvem a economia do país e a política. Afinal, lugar de mulher é onde ela quiser, e principalmente debatendo e construindo o bem-viver.
 
 
Por.: Magda de Almeida
*Diretora de Políticas Afirmativas – Unisol Brasil
Diretora Executiva – Coopertane
Diretora Executiva – Unisol Bahia

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