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Maurício da Costa, primeiro da esquerda para a direita, recebe a comitiva da Itália

Como parte de suas relações e parcerias internacionais, a Unisol Brasil recebeu a comitiva da CGIL, maior central sindical da Itália, e da Nexus, também da Itália, para uma série de atividades no País. No segundo dia de estadia, os visitantes estiveram na Uniforja, maior cooperativa metalúrgica do Brasil.  Eles vieram conhecer a surpreendente história da cooperativa e como hoje os cooperados estão organizados na produção. Foram recebidos por Luis Trofino, presidente do conselho da cooperativa e por Mauricio da Costa, coordenador de recursos humanos e um dos diretores conselheiros.
São parte do grupo: Bruno Papignani, da Federação dos Empregados Operários Metalúrgicos (FIOM) Emilia Romagna, Alberto Conti, da FIOM Bologna, Stefano Maruga, assessor de relações internacionais da FIOM Itália, Gorjano Giovanini, da Federação Italiana da Indústria Química Tecidos Energia e Manufatura (FICTEM) da Emilia Romagna, Sabina Breveglieri, da Nexus Emilia Romagna e Sandra Pareschi, da CGIL/Nexus E.R.
Um pouco da história da Uniforja 
Em meados de 1997 a empresa teve a sua falência decretada, devido aos problemas de gestão pela família proprietária. trabalhadores preferiram entrar na Justiça, a fim de receber o que lhes era devido. Na verdade, a maioria preferiu esse caminho: em apenas um dia, 120 trabalhadores deixaram a companhia. Foi criada uma cooperativa, com total apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Na solenidade na qual foi assinada a concessão do financiamento, o então presidente do Sindicato, e hoje prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, disse que havia afirmado ao então presidente da Uniforja, o companheiro José Domingos dos Santos, que se os trabalhadores ficassem do lado de fora da empresa, à espera de uma decisão da Justiça ou de uma saída que caísse do céu, todos teriam virado caveirinhas.
A criação de uma cooperativa, administrada pelos trabalhadores, era uma saída que àquela época parecia um sonho inatingível. Mas o mesmo presidente da República já disse, e repete sempre que é necessário: que ninguém ouse duvidar da classe trabalhadora.
Os metalúrgicos da Uniforja não permitiram que a Justiça lacrasse a empresa, em conseqüência do pedido de falência.E atravessaram uma época de grandes tormentas: a fábrica continuava funcionando, mas nada entrava em caixa. Nem um real, nada. Tudo levava a crer que o sonho nunca seria mesmo atingido. Mas reafirmamos como é importante não se duvidar da força de mobilização da classe trabalhadora: em 2003 o faturamento total da Uniforja chegou à casa dos 80 milhões de reais, bem mais que os 10 milhões de 1999.
Nos últimos anos, uma conquista em comum também serviu de impulso à atividade da Uniforja e de outras cooperativas metalúrgicas: a obtenção de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A Uniforja obteve dois financiamentos durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A cooperativa, que saiu na frente nos pedidos ao BNDES, quitou em 2010 a última parcela do primeiro financiamento, de R$ 28 milhões, obtido há dez anos. E já está no segundo empréstimo, de R$ 15 milhões, liberado pelo BNDES em 2006.
Em geral, empresas recorrem ao BNDES quando planejam investir em expansão industrial ou compra de máquinas. Mas no caso de cooperativas, como a história costuma envolver falências das antigas empresas, o dinheiro serve, antes de mais nada, para salvar a atividade, evitar despejo e até quitar débitos trabalhistas dos próprios cooperados e ex-funcionários.  No caso da Uniforja, o primeiro financiamento nem passou pela empresa. “Sequer vimos a cor do dinheiro; o empréstimo do BNDES seguiu direto para a massa falida”, diz, com bom humor, o presidente do conselho, João Luis Trofino. A falência da antiga Conforja foi decretada em 1999, dois anos depois da criação da cooperativa.
Com a transferência do dinheiro para a massa falida, os cooperados conseguiram comprar o patrimônio da empresa, que até então arrendavam, e o juiz ainda conseguiu autorizar a quitação dos créditos trabalhistas, tanto dos cooperados como de ex-funcionários que não quiseram integrar a cooperativa. Atualmente são 250 cooperados, além de 150 contratados pela CLT e a média salarial deles é a maior do País, além de uma série de direitos e benefícios os quais usufruem.
Fontes: site da Uniforja, deputado Vicentinho (PT).
 

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