Num primeiro ciclo a ECOSOL foi se afirmando como uma alternativa de resistência das trabalhadoras (es) que viviam o crescimento das falências de empresas, a desregulamentação dos direitos trabalhistas, o avanço da economia informal e a ausência de políticas públicas sociais. Foram os anos do neoliberalismo, onde a economia era voltada essencialmente aos interesses dos setores financeiros. Esse ciclo vai se consolidar no encontro de diversos atores dessa nova economia durante o Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre, que afirmava: Que um Outro Mundo é Possível!
A partir dessa articulação no FSM, a ECOSOL começa a entrar em um novo ciclo, um ciclo de superação da defensiva e da resistência, para um de afirmação e disputa de modelo e de políticas públicas. Nesse novo ciclo os atores da ECOSOL vão começar a exigir um Novo Modelo de Deesenvolvimento e um reconhecimento das políticas públicas da existência e da importância do associativismo e cooperativismo autogestionário. Esse novo ciclo de ofensiva da ECOSOL vai culminar na conquista da criação da Secretaria Nacional de ECOSOL no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), já no primeiro governo de Lula.
O ciclo de ofensiva da ECOSOL combina dois fatores que se interligam: 1. o crescimento e ampliação das políticas públicas de apoio, fomento e financiamento da economia solidária, tanto no governo federal, como em experiências estaduais e municipais espalhadas pelo Brasil; 2.ampliação e fortalecimento do Fórum Brasileiro de ECOSOL e das Centrais de Representação do Cooperativismo e Associativismo Autogestionário – UNISOL Brasil, Concrab, UNICAFES e uma relação orgânica com diversos movimentos sociais, como os de Agroecologia, Catadores, População de Rua, Combate ao Racismo, Mulheres e Saúde Mental.
O Brasil assiste hoje uma onda conservadora que está questionando o conjunto das conquistas sociais e dos avanços dessa última década. Na Economia Solidária isso se materializa objetivamente na dificuldade em se afirmar o conceito de Empreendimento Econômico Solidário. Nosso 4º Congresso Brasileiro pretende ser um espaço de mobilização e reflexões dos filiados e filiadas da UNISOL Brasil e seus parceiros nacionais e internacionais acerca desse novo ciclo que se abre no Brasil e para a Economia Solidária, de crescimento e legitimação de um programa e modelo de país conservador.
Nosso 4º Congresso será um espaço para fortalecer e expandir a construção da UNICOPAS, como espaço de articulação e afirmação de uma nova Agenda para o Cooperativismo e Associativismo Autogestionário. Uma agenda dialética, onde por um lado, enfrentamos a onda conservadora, se afirmando como parte do campo da Frente Brasil Popular, e outra de garantia e ampliação dos Direitos, com a luta por afirmar a Nova Lei Geral do Cooperativismo, que possa democratizar e atualizar o Cooperativismo Brasileiro e pela aprovação da Lei Geral da ECOSOL. Venha construir com a gente uma Nova Agenda para o Cooperativismo e Associativismo brasileiro. Outras informações sobre o Congresso e o Seminário estão nas nossas redes sociais.
Fontes: Arildo Mota Lopes